O Banco Central da Rússia está abrindo as portas para que os bancos do país possam trabalhar com Bitcoin e outras criptomoedas. No entanto, essa decisão vem acompanhada de regras rigorosas que visam evitar que essas operações se tornem a principal fonte de renda dos bancos. Essas informações foram divulgadas por Vladimir Chistyukhin, vice-presidente da instituição, e repercutiram na mídia nesta quinta-feira (9).
No ano passado, o Banco Central já havia sugerido que as empresas utilizassem criptomoedas como uma forma de contornar sanções. Além disso, anunciou planos que incluem o lançamento de duas corretoras de criptoativos e uma stablecoin vinculada a uma cesta de moedas do BRICS.
Rússia libera bancos para trabalharem com criptomoedas
O Banco Central adota uma postura cautelosa e vai definir limites para o capital e as reservas que os bancos podem ter ao se aventurarem no mundo das criptomoedas. O foco é garantir que eles não se tornem excessivamente dependentes deste mercado.
Chistyukhin comentou: “Estamos refletindo sobre o quanto é apropriado para os bancos incluírem criptomoedas em seus ativos. Após conversar com o setor bancário, entendemos que seria injustificado excluí-los completamente dessas operações.”
Além dessas restrições, os bancos ainda deverão seguir as normas já em vigor, como as de prevenção à lavagem de dinheiro. Eles também terão a responsabilidade de escolher quais clientes poderão negociar com esses ativos, conforme o perfil de cada um.
Outro ponto importante é que, segundo Chistyukhin, o mundo financeiro reconhece os riscos dos criptoativos, especialmente em relação à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. Ele enfatizou a necessidade de que todos os investimentos sejam transparentes, com identificação clara das pessoas envolvidas e das origens dos recursos.
Rússia aparece entre os principais países que usam criptomoedas
Um estudo recente da Chainalysis revelou que a Rússia ocupa a 10ª posição em um ranking global de adoção de criptomoedas. No Brasil, essa adoção é ainda maior, ocupando a 5ª posição no mesmo levantamento, com a Índia liderando a lista.
Chistyukhin acredita que cerca de 20 milhões de russos estão utilizando Bitcoin e outras criptomoedas em suas rotinas, o que representa aproximadamente 14% da população. Essa popularidade das criptos na Rússia não é apenas uma tendência global, mas também uma estratégia para driblar as sanções aplicadas por países europeus e pelos EUA devido ao conflito com a Ucrânia.
Porém, é importante notar que as medidas rigorosas implementadas pelo Banco Central refletem uma preocupação dos reguladores em proteger a moeda local, o rublo, contra possíveis ameaças que possam surgir com a crescente adoção das criptomoedas.
